segunda-feira, 12 de julho de 2010

Reportagem sobre Diabetes e Corrida com a atleta Ivanir B. Souza

    No último dia 10, foi divulgado no espaço Fôlego da Gazeta do Povo, uma matéria sobre Diabetes e Corrida de Rua, a qual teve participação da nossa atleta Ivanir B. de Souza. Parabéns Ivanir!!E segue a matéria...





Sprint contra a diabete

    Um check-up médico – medida essencial, mas nem sempre adotada por quem pretende arriscar as primeiras passadas na corrida – pode ter salvado a vida da representante de vendas Ivanir Souza, 45 anos, há quatro anos.
    Foi nos exames que ela descobriu que tem diabete. “No começo me assustei, mas depois me dediquei ainda mais aos treinos e o resultado foi excelente”, comemora a corredora, que já acumula alguns feitos marcantes como a conclusão de maratonas e provas de revezamento. “Fiz a Ma­­­­ratona de Curitiba em 4h40min. Está ótimo”, orgulha-se.
    A atleta precisa de uma dieta disciplinada durante a semana para não complicar a diabete. “Como muita fruta, verduras, legumes e evito doces, para não subir a taxa de glicose”, explica. A exceção fica para os dias de provas, em que ingere barras energéticas para rápida reposição de açúcar no sangue.
    Segundo a Organização Mun­­­dial de Saúde (OMS), em 2004 mais de 171 milhões de pessoas tinham diabete e estima-se que, em 2030, esse número duplique.
    A síndrome surge quando o pâncreas não produz insulina suficiente para que a glicose, que será usada como energia pelo organismo, entre nas células. O índice de açúcar no sangue au­­­­menta e pode causar problemas visuais, hipertensão, obesidade e de circulação. Este pode levar à perda de sensibilidade nas ex­­­tremidades do corpo, especialmente nos pés. O risco, nesse caso, é que qualquer machucado (interno ou externo) na região demora a ser percebido pelo diabético. Quando se dá conta, já tornou-se uma lesão grave.
    Ivanir conta que era comum ficar com os pés inchados em dias quentes. Com a prática da corrida, a partir de 2006, o sintoma diminuiu. Ela dá maior atenção aos alongamentos que um atleta sem a síndrome. “Para diabéticos do tipo 2 [em que a produção de insulina é irregular], o problema nos pés é mais recorrente. É uma população também propensa a problemas cardiovasculares. A atividade física é essencial e só traz benefícios”, explica o médico especialista em Medicina do Esporte,Marcelo Leitão.
    Atletas que convivem com a diabete do tipo 1 (em que o pâncreas não produz insulina) precisam de mais cuidados, como constantes testes de controle glicêmico e aplicação de insulina.
    O analista de sistemas Marcelo Bellon Ferreira, 38 anos, fez desse acompanhamento sua rotina desde os 14, quando descobriu ser diabético. “Você tem de estar atento às novidades da medicina e usá-las a seu favor”, aconselha Fer­­­reira, ultramaratonista há três anos. “Diabéticos do tipo 1 devem escolher com cuidado os horários de treino, pois o organismo precisa de tempo para absorver a insulina”, alerta Leitão.
    O ultramaratonista usa o Sistema de Infusão Contínua (SIC) de insulina para o controle de seu índice glicêmico. Subs­­tituiu as injeções do hormônio por um aparelho subcutâneo. “Posso dosar a quantidade de insulina de acordo com as minhas atividades. Antes, eu não podia treinar em certos horários por causa da aplicação”, lembra. O sistema não saiu barato. Ferreira investiu R$ 13 mil na compra do aparelho e gasta mais de R$ 800 por mês para manutenção.

Por Angelo Binder